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Como demitir um cliente?
Ao longo da minha jornada como empresária, percebi que um dos maiores desafios era lidar com o medo de demitir um cliente ou de cancelar um contrato. Acredito que muitas arquitetas enfrentam essa sensação, e ela pode estar profundamente enraizada em receios financeiros e na insegurança de não agradar. Para mim, o medo de ficar sem o pagamento e comprometer o caixa do estúdio era um dos mais paralisantes.
Com o tempo, entendi que a raiz desse medo estava na minha dependência financeira de determinados projetos. Não ter um "plano B" ou uma reserva que me desse segurança me fazia aceitar situações que, no fundo, não faziam sentido para mim, tanto no aspecto financeiro quanto no alinhamento com os valores do meu trabalho.
Foi então que decidi encarar esse medo de frente e criar algo que chamei de "reserva da demissão". Essa reserva financeira não é apenas um colchão de segurança; é uma ferramenta que me trouxe liberdade. A cada mês, eu me dedicava a construir essa reserva, colocando uma parte dos meus ganhos de lado, mesmo que fosse uma quantia modesta. Aos poucos, essa prática começou a transformar minha mentalidade e minha relação com os clientes.
Com a reserva, passei a ter a segurança necessária para dizer “não” a projetos ou clientes que não estavam alinhados com minha visão de negócio. A reserva me deu liberdade para fazer escolhas mais conscientes e estratégicas, sem aquela sensação angustiante de que eu dependia de um único cliente para manter o estúdio funcionando. Sabe aquela frase: “Ninguém compra a minha paz?” Hoje eu posso dizer isso. Isso trouxe um grande alívio e, acima de tudo, a certeza de que meu trabalho pode ser sustentável sem abrir mão dos meus princípios.
Aqui estão algumas recomendações que eu daria com base no que fiz:
Defina um valor-alvo para a sua reserva: Calcule quantos meses de despesas fixas do estúdio você gostaria de cobrir em caso de necessidade. Um bom ponto de partida é ter entre três a seis meses de custos operacionais reservados.
Automatize a poupança: Se possível, configure uma transferência automática de uma porcentagem dos seus ganhos mensais para uma conta específica destinada à reserva da demissão. Isso ajuda a manter o hábito sem precisar pensar nisso a cada mês.
Priorize os meses de maior faturamento: Aproveite os períodos em que o escritório está com mais projetos ou recebe pagamentos maiores para acelerar a construção da reserva.
Revise regularmente suas despesas: Faça análise das finanças do escritório para identificar onde você pode reduzir custos e redirecionar esse dinheiro para sua reserva.
Crie uma política de clientes alinhados: Reflita sobre os tipos de clientes e projetos que realmente fazem sentido para o seu escritório. Ter clareza sobre com quem você quer trabalhar pode ajudar a evitar situações futuras em que precise abrir mão de clientes desalinhados.
Busque novas fontes de receita: Considere diversificar os serviços do escritório, como consultorias ou outros produtos, para ter uma entrada de caixa mais estável que possa contribuir para sua reserva.
Invista em educação financeira: Aprenda sobre gestão financeira para empresários, já que isso pode ajudar a manter seu escritório saudável e a fazer decisões mais seguras no longo prazo. Temos inclusive outra news escrita sobre a Cinthia Galeskas, que é especialista na área, aqui.
Mesmo tendo um estúdio especializado em branding, eu me reconheço empresária como você, e acho que é interessante haver essa troca sobre a realidade, sabe? Sei que construir essa reserva leva tempo e exige planejamento, mas a sensação de poder se posicionar com mais firmeza e dizer “não” quando algo não faz sentido para você é impagável. Essa é uma segurança que toda arquiteta empresária merece ter, porque é o que garante que nossa energia esteja focada nos projetos que realmente importam e que farão diferença. Pense nisso ao se programar para o próximo ano.
Depois me conta aqui se fez sentido para você.
Um xêro,
Gabi 🧡